A impossibilidade do amor no filme “Uma relação pornográfica”

A estrutura do cinema aproxima-nos da estrutura do quadro na janela, na fantasia. Este artigo propõe recolher os efeitos das possíveis interseções entre o cinema e a psicanálise a partir do filme “Uma relação pornográfica”, de Frédéric Fonteyne. Retomamos a ideia de que o quadro é construído a partir do buraco na janela para destacar que no cinema e na psicanálise está em jogo o campo do Outro. A aproximação dos dois campos em torno desse ponto, a fantasia, será nosso objeto de estudo. O enredo evidencia que a parceria do casal é fantasmática, repousando na impossibilidade de se construir um amor. Veremos, ao longo do filme, a demonstração de que “Só o amor permite ao gozo condescender ao desejo” (Lacan, 1962-1963/2005, p. 209). O filme ainda esclarece que o sujeito tem como parceiro no Outro, essencialmente, o objeto a.

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